Agora que já passou um ano depois de ter comprado um Ford C Max Titanium, é tempo de fazer um balanço.
No final de 2007, o meu velhinho Peugeot 205 XAD, já com 16 anos, começou a acusar o peso da idade, e “pediu-me” para meter os papéis para a reforma. Não que tivesse vindo a dar grandes problemas, mas com a idade, como vocês sabem, tudo se vai degradando e começou a necessitar de substituir alguns órgãos que pela sua idade, acusaram o desgaste.
O meu velho Peugeot, tinha já 220 mil quilómetros e praticamente foi só meter óleo e gasóleo. Nunca me deixou mal.
Quanto ao Ford C Max Titanium, este não foi a minha 1ª escolha, aliás, nem sequer era escolha. Para ser sincero, quando pensei que tinha de trocar de carro, não sabia que carro escolher.
Comecei por pensar num semi-novo ou mesmo usado (algo como uma Toyota Avensis ou uma Audi A4 Avant, sempre em carrinha, sim porque eu sou fã) mas esta altura, foi precisamente quando as marcas de automóveis, começaram a anunciar os seus programas de veículos em fim de vida, com ofertas financeiras consideráveis. Então pensei em comprar um carro novo
O dilema
Como estava perto do final de 2007, e porque decidi que ia adquirir um carro novo, apontei a compra apenas para o início de 2008, sempre era menos 1 ano de desvalorização.
Até lá, comecei a visitar alguns Stands para conhecer de perto os diferentes candidatos. O primeiro que vi foi uma OPEL ASTRA Caravan, na altura a OPEL, com o seu programa do Opel ecoFleX, oferecia um valor próximo dos €4.000, depois fui à Renault, que com o lançamento do seu programa Renault eco2, oferecia também um valor superior a €3.000, na compra de uma Renault Megane Break.
Qualquer uma desta carrinhas revelam positivamente a experiência acumulada pelos seus anos de existência, no entanto, era mesmo esse o “ora bolas”, os anos de existência, pensar que estão a chegar restylings ou até mesmo novas versões, e embora isso não fosse um grande problema, lá vinha mais uma desvalorização num carro acabado de comprar.
No início de 2008, chega então o novo Ford Focus que, basicamente, mantinha praticamente inalterada a sua traseira, mas já a frente, veio completamente nova e inspirada no Ford Kinetic Design. Confesso que a traseira nada me seduzia, mas a frente é notável.
A decisão
Fui a um Stand da Ford e aqui começam os problemas “portugueses”. Sendo um carro acabado de lançar, o número de veículos disponíveis para entrega são distribuídos pelos diferentes países e de acordo com os seus volumes de vendas. Resultado, Portugal recebeu poucos veículos que é mesmo que dizer que as carrinhas, na versão que pretendia (Ford Focus Station 1.6 TDCi Duratorq 109CV), estava já esgotadissima.
Dai passei para a mesma versão mas em carro. Havia 1 disponível, preto, mas por altura do lançamento, os Titanium’s vinha com uma Oferta do Pack Titanium X que entre outros acessórios, trazia os vidros escurecidos, o que dava um ar de carro muito tunning. Resultado fui para casa reflectir e quando decidi também esse já tinha “voado”.
Ainda pensei em encomendar e esperar mas, para qualquer um dos modelos a espera era de aproximadamente 3 meses (isto de comprar um carro e estar 3 meses à espera não está cá com nada). Quase desisti da Ford, no entanto, a minha mais que tudo, na 1ª visita ao concessionário já tinha ficado com a Ford C-Max atravessada (eu silenciosamente também fiquei impressionado, pois também sou fã do formato Monovolume).
Ligo novamente para o concessionário e a C-Max estava disponível e demorava apenas o tempo da matrícula. Fui logo experimentar o carro com mais atenção, fiz um teste drive e ficou logo ali tomada a decisão, queremos uma Ford C-Max Titanium 1.6 TDCi Duratorq 16V (109 CV).
Os extras foram a pintura metalizada, Pack Família (Inclui um espelho para observação das crianças no banco de trás, Sensores de estacionamento à frente e trás – bem jeito dão, uma vez que é quase impossível perceber as dimensões da C-Max quando estamos ao volante – e cortinas para o sol nas portas traseiras), O Pack V2C (Voice to control, que contem um rádio de cds com 8 colunas e controlo na coluna de direcção, mesmo por trás do volante e ainda um sistema de bluetooth com controlo por voz), por fim, as Jantes de 17? (dão outro ar).
O Programa de abate de veículos em fim de vida
Aproveitei o Programa do Estado de veículos em fim de vida e o meu velhinho 205 ainda rendeu +/- €1.500 (menos €1.000 de imposto automóvel e a consequente redução do IVA). Este processo é tão rápido quanto se espera e ainda temos de dar umas voltas (o veículo é abatido num centro certificado que nos passa um documento para podermos pedir na alfandega a isenção do imposto mas, entretanto, precisamos de ir a Segurança Social pedir uma declaração em como não temos dividas e uma declaração na antiga DGV em como o carro abatido não tem qualquer ónus ou encargos, só depois é que o processo avança) , o que fez com que ainda estivesse +/- 1 mês e meio às espera pois as matrículas só são pedidas após ter tudo regularizado para a isenção daquele valor.
A entrega
Chegou ao dia de levantar o carro e, estava a chover. Não que isso tenha alguma influência, mas carro novo pede mil cuidados e, de facto, um dia de chuva não era bom dia para receber o carro, mas lá fui feliz e contente. O vendedor explicou-me as funcionalidades mais importantes (confesso que só ouvi metade) e meti-me no carro em direcção a casa.
Aqui, passar de um veículo comercial com 16 anos para um veículo de passageiros e novo é uma grande diferença. O conforto, a insonorização, a visibilidade, a segurança, enfim tudo era diferente do meu velhinho 205. Como é hábito o gasóleo estava no fim, mas deu para fazer o percurso até casa.
O carro
Agora que já passou mais de um ano, estou completamente familiarizado com o C-Max. É de facto um carro muito bom. Mesmo com as jantes de 17? o conforto não sai prejudicado. A condução é sempre suave e amortiza bem o piso irregular. Também a posição de condução não podia ser melhor e a entrada para o veículo não exige qualquer esforço (a altura do banco está ao nível da nossa anca, nem mais baixo nem mais alto). A posição, sendo alta (normal num monovolume) dá uma sensação de poder pois permite-nos ver tudo ao nosso redor, tal é a excelente visibilidade proporcionada pela enorme superfície vidrada (só a coluna lateral entre o vidro da frente e o lateral merecia uma maior atenção).
Atrás, o banco traseiro, permite que 3 adultos se sentem completamente há vontade (o lugar do meio é o menos generoso), e com um enorme espaço para as pernas quer lateralmente, quer em comprimento. Em termos de habitabilidade o C-Max respira espaço.
As funcionalidades deixam algo a desejar quando comparo por exemplo com um Renault (falo por experiência própria). Por exemplo, o computador de bordo tem poucas funções, dando-nos a média de consumo, a velocidade média desde o último reset, e também o consumo instantâneo, o que é muito pouco.
O sistema de trancamento de portas não é automático como o da Renault, pelo que, caso se esqueça de trancar as portas, irá com o carro com todas as portas destrancadas durante a viagem. Tendo em conta o recente fenómeno do Carjacking não é muito tranquilizador.
O motor
Em termos de motor, deixem-me que vos diga, este 1.6 TDCi Duratorq 16V (109 CV) deixou-me bastante surpreendido pela positiva. É um motor sempre disponível desde uma baixa rotação (aliás é nessa faixa que o motor mais me surpreende) sempre com uma potencia considerável e pronto para progredir até aos seus limites. Em recuperações é mais do mesmo, basta carregar no acelerador e mesmo numa rotação mais baixa lá vai a C-Max deixando a poeira atrás.
Eu não sou um grande acelera, mas confesso que é um prazer conduzir este motor, mesmo tendo em conta que a C-Max pesa mais de 1400 kg.
Falta-lhe apenas uma 6ª velocidade, pois nota-se quando vamos em 5ª que havia espaço para mais uma, mas infelizmente, essa caixa só estava disponível para o motor 2.0, que embora com mais potencia, a cilindrada reflectia-se no preço final.
O Consumo
O consumo, para o meu pé ligeiro, e fazendo um percurso misto de 60% cidade e 40% Estrada/Autoestrada, costuma situar-se nos 5,7 lts por cada 100 km e embora conheça C-Max’s que consomem mais, está intimamente ligado ao peso do pé do condutor. Em estrada/Auto-Estrada esse consumo desce para os 5,4 lts (já consegui fazer médias de 5,0 lts).
Um depósito cheio dá para uma autonomia que ronda os 700/800 km.
O Manutenção
A 1ª intervenção foi aos 20.000 km (mudança de óleo, filtros, etc). Ficou-se pelos €190 (sei que há mais barato, mas também há mais caro, pelo que este valor é aceitável) e considero que trabalho da oficina esteve à altura. Estou perto dos 40.000 km (a chamada 1º revisão), pelo que, vamos aguardar para ver que tipo de intervenção é feita e o seu valor.
Conclusão
O motor, a posição de condução, a habitabilidade interior e o conforto, são armas potentes que a Ford C-Max Titanium tem. Embora não tenha uma 6ª velocidade, o motor é económico e tem sempre resposta pronta a uma pisadela no acelerador.
Confesso que será dificil encontrar outro veículo com tão boa posição de condução e isso reflecte-se não só no conforto e bom posicionamento ao volante, mas também na facilidade de entrada e saída do veículo.
Não tendo sido a minha 1ª opção, considero que fiz uma boa escolha. Embora reconheça que em termos de funcionalidades (quando comparo com as marcas francesas) fica um bocado atrás, faço um balanço positivo.
Boa tarde. E em relação aos pneus, já meteu alguns? Quantos kms faz em media cada um?
Estou para comprar uma com jante 17, mas ja me disseram que oos pneus fazem pouco mais de 25mil kms.
Cumprimentos
Carlos
Viva Carlos, peço desculpa pelo atraso na resposta, mas tive um problema com o e-mail. Não sei se ainda vou a tempo, mas a minha opinião é a seguinte: Neste momento tenho 52mil Km, os pneus são os mesmos e ainda fazem à vontade os 60 mil Km, mas isto depende do tipo de condução de cada um, pois também já vi algumas pessoas dizerem que duram apenas os 20/25 mil Km. Se optar pelas jantes 17, o carro fica mais bonito, pois a roda enche toda a cava da roda. Existirão outras vantagens para a jante 17, mas para mim, a maior desvantagem é mesmo o preço dos pneus, pois andarão à volta dos 150 Euros cada 1. Espero ainda ter ido a tempo e ter ajudado.
viva .. estava a pensar comprar uma c max mas usada do ano de 2008 .. a mesma tem apenas 60000 km . esta estimadissima so que nao estou dentro da gama dos motores ford .. ja que a sua e do mesmo ano pode-me informar se esses motors Duratorq TDCi estao colocados em todas as c max ou foi de um determinado ano para a frente ,,pergunto isto porque ja ouvi dizer que ha c max que consomen 7 litros aos 100
Olá José Bugalho, não sei se ainda vou a tempo, mas desde já apresenteo as minhas desculpas por só agora responder.
Relativamente à sua questão acho que os motores serão todos duratorq, mas depois dentro destes, tem de 90 cv, 110 cv, etc.
Relativamente aos consumos, acho que depende do pé de cada um. Quanto a mim, posso dizer-lhe que fazendo uma condução calma consigo facilmente consumos na ordem dos 5,6 / 5,7, portanto, depende de imensas variáveis, mas da minha experiência, nunca fiz consumos de 7, acho que para isso tem de andar sempre a puxar pelo carro. Espero ter ajudado.
A minha 2.0 fazia consumos de 8,5! Agora com o pé mais do que leve e a andar devagar faz 6,5… menos não faz…
Tenho jantes de 18…
Estou a pensar trocar o meu carro, por uma C-Max 1.6 Tdci Titanium 109cv, de Julho 2007, com 234.011km.
Será uma boa compra?( em virtude dos km que tem, e por desconhecer o tipo de motor)
Olá Ruben,
Desde já apresento as minhas desculpas por só agora lhe poder responder.
Relativamente à sua questão, vamos por partes. O minha C-Max está neste momento com 110 mil km e o balanço que faço é claramente positivo.
É um carro que me surpreendeu pela positiva pois já com 5 anos, está robusto como quando era novo, o nível de conforto está claramente acima da média, diria à altura de marcas francesas, mesmo tendo jantes de 17″.
Nunca tive nenhum problema e inclusivamente e neste momento, com uma condução controlada consigo consumos de 4,9 o que tendo em conta o peso do carro, a sua aerodinâmica é muito bom. Obviamente esta é uma variável que depende do tipo de condução de cada um, mas a conclusão é que é possível fazer este nível de consumos.
Quanto à compra que refere, acho que depende de muitas variáveis, qual é o seu objectivo, quantos anos os irá manter, quantos kms faz, pois 234 mil são 234 mil, mesmo em muito bom estado poder ser uma altura a partir do qual comece a precisar de manutenções mais caras, substituição de algumas peças, mas isto é muito subjectivo, já que, por exemplo, a correia de distribuição só é trocada aos 200 mil kms enquanto na maioria das marcas é trocada muito antes.
Também não sei se o carro que refere já é a nova versão, pois em 2007 foi quando a Cmax sofreu um restyling tendo inclusive deixado de ser Focus Cmax, para assumir apenas Cmax. A versão anterior não consigo dar-lhe opinião porque não conheço embora deva ser semelhante.
Esteja à vontade se quiser perguntar mais alguma coisa.
Cumprimentos